1332 [= RM 30,35 (= 84,1)]: Josep & Estevan da Guarda «Vós, Don Josep, venho eu preguntar» [B 1315, V 920]

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B


  Vos dom iosep venħo eu p’guntar  
  Poys peles uosses judeus talhadores  
  Vos he calhada ag̃rades emeores  
  Quanto cada hun judeu adedar  
  Per qual faz dom feham judeu  
  A que ia talha foy posta nosseu  
  Sescussa sempe deuosco reytar  
     
  Stēua daguarda pode quitar  
  Qual judeu quer rereytar es senhores  
  Mays natalha gracas nē amores  
  Nūlhy faram os q̄ham detalhar  
  E dom foam ia ꝑuezes deu  
  Voque talhanso comeu de ꝑdomeu  
  Erdara mays e queyrasse luitar  
     
  Dom iasep tenho por sem razon  
  Poys iaffan uos quē talha igualdade  
  Hudo sem deu quantolhi foy talhado  
  Que per senhores ara defensom  
  Venom peytar comoutro peytador  
  Como peyta qual quer talhador  
  Quantolhy talhā sem escufacom  
     
  Stēna daguarda ꝑ tal aucō  
  Qual vos dizedes foy ia demandado  
  E foy per el seu freyte desputado  
  Assy que dura na desputacom  
  E do talho non ten o melhor  
  Cadeu gran peca mays poys seu senhor  
  Lha peyta quuita ual tal q̄tacom  
     
  Jadom femī por mal q̄ mj quer diz  
  Que nego quantey por non peyter nada  
  E de com he mha fazē da postada  
  Vos dom estēua sodes em bem faz’  
  Que nūca ffoy demha tassa negado  
  Mays sabudo e certo apregoado  
  Quantey na terra mouil e rraiz  
     
  Dom iosep ia eu certo fiz  
  Que douesse non he censa negado  
  Mays he tan certo1 e apreado  
  Come ovi nho forte em alhariz  
  E el queria deuꝯ dese apreygado  
  Ceuos auer assy espeytado  
  Comogel he pelo maior juyz  

V


  Vos com Iosep uenħo eu p̃guntar  
  poys pelos uossos Judeus talhador̄s  
  uos he calhada agrādes emeores  
  quanto tada huū Judeu adedar  
  per qual fazom dom seham Judeu  
  aque ia talha foy posta nosseu  
  sescussa senpre de uosco reytar  
     
  Stēua daguarda pode qⁱtar  
  qual Judeu q̄r dereytar os senhōres  
  mays natalha gracas nē amor̄s  
  nulhy farā os q̄ ham detali or  
  edom foam ia peruezes deu  
  ooque talhāro comeu deꝑdomeu  
  esdo ra mays ꞇ ꝯyrasse luirar.  
     
  Dom iasep tenho porsem razom  
  poys ia ffai uos q̄ue tolha igualdade  
  hudo seu deu quantolhy foy tolhado  
  que per senhores aia defensom  
  denom peytar comoutro peytador  
  como peyta qualq̄r talhador  
  quantolhytalhā sem escusazom  
     
  Steuā daguarda ꝑ talauçō  
  qual uos dizedes foy ia demādado  
  e foy ꝑ el seu feyto desputado  
  assy q̄ dura na desputaçom  
  e do talho nō tē o melhor  
  ca deu grā peta mays poys seu senhor  
  lha peyta q̃nta ual tal q̄tacom  
     
  Ja dom foram2 por mal q̄ mj q̄r diz  
  que nego quātey por nō peycor nada  
  ede com he mha fazēdo postada  
  uos dom estēua sodes em bem faz’  
  que nunca ffoy domha tassa negado  
  mays sabudo ecerto apregoado  
  quātey(ra)3 na terra mouil erraiz4  
     
  Dom iosep ia eu certo fiz  
  que douesse nō he cousa negado  
  mays he tā certo ꞇapreado  
  dome o uinho forte em alhariz  
  e el q̄roa deuꝯ dese arreygado  
  deuos auer assy aspeytado  
  comogel he pelo maior Iuyz  
  1. ^

    Tanto o <c> inicial como o <t> parecen escritos sobre outras grafías previas: un <t> e un <r>, respectivamente.

  2. ^

    Tamén se podería ler <faam>, cun primeiro <a> irregular, escrito sobre un <r> previo.

  3. ^

    Anulado cuns trazos de pluma.

  4. ^

    O <e> está refeito a partir dun <r> escrito previamente.