104 [= Tav 104,5]: Nun'Eanes Cerzeo «Quer’eu agora ja dizer» [B 131]

Transcrición paleográficaImprimir

B


Quereu agora ia dizer
O que nunca dizer cuydei
Con sanhapor que moyrassy
Epor que me ueio perder
Equemj ual dassi moirer
Nullomen non se dol demi
Nen saba coyta que eu ei
Nena digueu amha senhor
 
Prouar q̄reu delho diz’
Amha senhor aq̄ste bē
q̄lhi q̄r e q̄ nō a par
Camanho posso q̄rer
Pero q̄ sen cuydafaz’
pʳen tā g̃m u’gonhaentr̃
Delhau’em adizer em
ꝙʷdeu antꝯ seꝯ olhꝯ for
 
E mui g̃m coita ꝑserey
He ulheu ma fazēda disƥ
E mela dꝯ olhꝯ catar
Nostrosenhʳ e q̄ farei
ꝯselho nome saberer
Cō medo dexi massanhar
ꝑo faça como qⁱƥ
Ca mays nō ossassy uiuer
 
Mui sen uentura ꝑ serey
Selho agora ia negʷr
pois ueio q̄ moyro damor
E mais pʳ q̄lho negarei
Ou q̄e o q̄ tem’ei
Ca ia me nō pode mayor
Mal faz’ nē seme matar
Da q̄ste q̄me faz au’
1Todoo mūdeu leixarei
E ꝑder mei hu nō a al
Semela dessi alongʷr
  1. ^

    A marca angular habitual para indicar o inicio do refrán é apoiada por outra na marxe para separar, neste caso, os versos da fiinda.