724 [= Tav 60,9]: Gonçal'Eanes do Vinhal «O meu amigo, que me quer gran ben» [B 709, V 310]

Transcrición paleográficaImprimir

B


O meu amigo q̄ me quer gram bē
nūca dem pode auer senō mal  
Emoirera hu nō pode Aueral  
ea my praz Amīga de moirer  
Por aquesto que uos q̄ro dizer  
Leixa coydar eno mal quelhy en uē  
E coyda senpre · meu boom tarecer  
   
E atal hom̄ Amig’as1 q̄ farey  
Que Asy morre  
assy q̄r moirer  
por aq̄le bem q̄ nūca pode auer  
Nem aua caia sselho tarcyo  
Por q̄ me asy demāda do sayo  
Leixa coydar eno mal q̄lhi q̄eu dey  
[     ] coyda ē m fremossa q̄mel vyo  
   
E amores tātas coytas lhy dā  
por m q̄ia amorte muy p’to esta  
Esey eu del q̄redo morrera  
Ese morrer nō me faz hi pesar  
Ease nō soute d’am orte guardar  
leixa coydar eno seu grāde afam ꞇ  
E coyda senpre em meu bom semelhar

V


O meu amigo que me quer gram bem
nūca demī pode auer senõ mal  
emorrera hu nō pode auer al  
ea my praz amiga de morrer  
por aquesto que uos quero dizer  
leixa toydar eno mal quelhy en uē  
ecoyda senpre meu boom parecer  
   
E atal hōm amig̃as q̄farey  
que asy morre eassy q̄r merrer  
por aq̄le bem q̄ nūca pode auer  
nē auʼa caiasselho partyo  
porq̄ mi asy demādado sayo  
leixa coydar eno mal q̄lhy q̄eu dey  
e coyda ē mī fremossa q̄ mel uyo  
   
 
Camores tātas coytas lhy dā  
por m̄i q̄ia amorte muy to esta  
muy to  
esey eu del q̄tedo merrera  
ese morrer nō me faz hy pesar  
case nō soute eamorte guardar  
leixa coydar eno seu grāde  
afam ꞇ ecoyda senpre  
em meu boım semelhar
  1. ^

    O <m> está borroso na súa parte inicial por correrse a tinta.