1322 [= RM 30,20]: Estevan da Guarda «Meu dano fiz por tal juiz pedir» [B 1305, V 910]

Transcrición paleográficaImprimir

B


     Meu tano fiz portal iujz pedir  
    Qual mha reinha madre del Rei deu  
  Hun caualeiro oficial seu  
  Pois me nō ual dante tal juiz ir  
  Ca se non y eleuomeu uogado  
  Sempre me diz que esta en bargado  
  De tal guisa que me non podoir  
     
  Por tal iuiz nunca ia mais sera  
  Desanbargad este preyto que ey  
  Nen areinha nen seu filh el Rei  
  Perolhemanden nunca moira  
  Caia me disse que me non ꝯpⁱa  
  Dir perdaut e pois moume nē podia  
  Mentre bargad esteuer com esta  
     
  Mais aremha pois que certa for  
  De qual iuiz ena sa casa ten  
  Terra por razon esto sei eu bem  
           De pōer hi out̃ suiz melhor  
  E assi posseu auer meu dereito  
  Pois que di for este iuiz tolheiro  
  E me derē qua quar ouer oidor  
     
Esta cantᵃ foi feita a hū jujz q̄ nō ouuia  
           + bē  

V


  Meu tano fiz portal uijz pedir  
  q̄l mha reanha madre del rei deu  
  hū caualeiro oficial seu  
  pois me nō ual dante tal ruiz ir  
  ca se uou y eleuomeu uogado  
  senpre me diz q̄ esta en bargado  
  de tal guisa q̄ me nō podore  
     
  Por tal iuiz nūca ia mais ha  
  desenbargad este yto q̄ ey  
  nē areinha nē seu filh elrei  
  ꝑo lho mandeu nūca moira  
  caiame disse q̄ me nō ꝯprā  
  dir per dantel pois mournnō podia  
  mētrē barcad esteuer com esta  
     
  Mais aremha pois q̄ certa for  
  de q̄l iuiz ena sa casa ten  
  t̃ra p̃ razō esto sei eu bem  
  de poēr hi outᵒ uiiz melhor  
  eassi posseu aũ meu dereito  
  pois q̄ di for este uijz tolheito  
  eme derē q̄l q̄r ou troidor  
     
  E esta cantiga foi feita  
  ahū iuiz q̄ nō ouuĩa bē.